quarta-feira, maio 07, 2014 | | By: Luis Ventura

+Esporte e a Copa do Mundo no país do futebol - Capítulo 5 (parte 1)



Olá galera do +Esporte! Chegamos ao quinto capítulo de nossa série sobre a Copa do Mundo. Nesta edição, viajaremos ao ano de 1974, para relembrar como foi a primeira Copa pós-Jules Rimet. Também vamos ver curiosidades sobre as seleções que jogaram as Copas e os jogadores que mais atuaram. Para fechar, apresentaremos os coadjuvantes da América do Sul e a cidade de Cuiabá. Venha conosco.

A décima Copa do Mundo: Alemanha Ocidental 1974



No mesmo dia que definiu a sede da Copa de 70, a FIFA também anunciou que a Alemanha seria a sede do Mundial de 1974.

Assim como os mexicanos, os alemães receberam dois anos antes as Olimpíadas, em Munique, nos jogos marcados pelo ato terrorista que vitimou a delegação de Israel. Desta forma, mais do que investir em estádios, a preocupação maior foi reforçar a segurança para não ver a tragédia de 72 se repetir.

Fora das quatro linhas, a FIFA vivia momentos importantes. Dias antes do mundial, a eleição na entidade definiu o brasileiro João Havelange seu presidente, derrotando Stanley Rous, candidado a reeleição. A grande promessa de Havelange foi dar mais espaço aos países não-europeus.

Outra mudança relevante foi na Copa do Mundo em si. Com a entrega definitiva da Jules Rimet ao Brasil, uma nova Taça precisaria ser criada. Um concurso reuniu postulantes de vários locais e o vencedor foi o desenho de Silvio Gazzaniga, chamado de Taça FIFA, agora de posso transitória, onde dois atletas celebrando a vitória sustentam um globo. Iniciava-se uma nova era das Copas.


A antiga e a nova taça da Copa do Mundo

No campo, poucas surpresas nas eliminatórias. As que vieram foram as novidades Austrália, Haiti e Zaire, além da ausência dos ingleses.

O timaço brasileiro de 70 foi desfeito com a aposentadoria de vários jogadores. Apenas Rivellino e Jairzinho permaneceram, assim como o técnico Zagallo, que teve que refazer a seleção e penou para isso.

O grande time do momento era o Palmeiras, que emprestou alguns jogadores para a base da seleção, como Leão, Luis Pereira e Ademir da Guia.

Nessa época surgia na europa um novo conceito tático, chamado futebol total, onde o lado fIsico era mais impotante que o técnico. Isso mudou no futebol.


Na Copa, o Brasil quase deu vexame. Estreou empatando em 0 a 0 com a Iugoslávia e depois com a Escócia. No último jogo, tinha que vencer o Zaire poe 3 a 0 e conseguiu o necessário sobre um time que já havia tomado 9 a 0 da Iugoslávia, na maior goleada da história até então.


Nosso time não colocava medo, mas os alemães não quiseram saber e no único duelo de Copas até hoje entre países que era unificados e se separaram, os Ocidentais, donos da casa, perderam para os Alemães Orientais por 1 a 0, só para evitar o Brasil na segunda fase.



Na segunda fase, o Brasil as duras penas venceu a Argentina por 2 a 1 e a Alemanha Oriental por 1 a 0 e foi para o último jogo decidir a vaga na final contra a Holanda.




Os holandeses eram o time que melhor conseguiram aplicar o futebol total. Já tinham dado um baile no Uruguai e na Argentina. Faltava o Brasil. E o baile aconteceu em Dortmund. Após um 0 a 0 no primeiro temoo, o time de Zagallo não resistiu, levou só dois, e deu adeus ao tetra.




Já a Alemanha foi a final após deixar Iugoslávia, Suécia e a Polônia para trás.

Munique recebeu a decisão e, mesmo em casa, todos davam o favoritismo para a Holanda. E logo de cara, mostrou isso. O time deu a saída e sem que os alemães tocassem na bola fizeram 1 a 0. Cruyff entrou na área, sofreu penalti e Neeskens bateu a um minuto de jogo.



Assim como em 54, a Alemanha teve que virar o jogo e assim fez. Aos 25, Breitner de penalti empatou e no final do primeiro tempo, Gerd Muller girou e virou para 2 a 1. Novamente a eficiência alemã vencia, desta vez, o futebol total do carrossel holandês.






Craques da Copa

Franz Beckenbauer (W. Germany)

A Copa da Alemanha teve um nome: Johann Cruyff, mas falaremos dele na próxima. Hoje vamos com o capitão da conquista alemã: Franz Beckenbauer.

Nascido em 1945, o Kaiser, ou imperador em alemão, perseguia a conquista da Copa desde 66. Na ocasião, não fazia nem um ano que o jovem zagueiro defendia o time principal de seu país e atuou em todos os jogos daquele mundial. Marcou quatro gols, uma marca surpreendente para um jogador de defesa. Mas faltou a taça, perdida para a Inglaterra.

Em 70, teve sua segunda chance, mas a fratura de sua clavícula e o desgaste de seu time fizeram com que o jogo do século, contra a Itália, fosse perdido e o adeus dados nas semifinais.

Em 74, Beckenbauer tinha 29 anos e estava no auge. Era tricampeão Alemão e campeão europeu com o Bayern de Munique e usou sua experiência para guiar seu país enfim ao título mundial.

Após erguer a taça, Franz ainda teve sucesso em seu clube, vencendo dois europeus e um Mundial de Clubes.

Mas sua história com Copas não acabaria com o fim de sua carreira como jogador. Como técnico, levou a Alemanha a duas finais, vencendo a Copa de 1990 e igualando Zagallo, como único a ser campeão como técnico e jogador.

Teve ainda a chance de ser o presidente do Comitê organizador da Copa de 2006, na Alemanha, naquela, que é considerada até hoje a Copa mais perfeita em termos de organização de todos os tempos.

Quiz da Copa

Vimos que na Copa de 74 houve vários países que participaram pela primeira vez de uma Copa, como Haiti, Zaire e Austrália. Alguns deles voltariam depois, outros não. Mas o que eu quero saber é o seguinte: Quantas seleções até hoje jogaram uma Copa do Mundo?

Uma dica: consideraremos para isso o critério da FIFA, que atribui resultados de seleções extintas para alguns países oriundos deles. Faça suas contas e já voltamos com a resposta.

Curiosidades

Ainda no campo das curiosidades, vamos tratar hoje dos jogadores que mais partidas atuaram em Copas. Com certeza, você sabe quem é o que mais jogou e quantas partidas ele fez. Mas você sabe quem são os Top 5? E o Brasileiro com mais jogos? Vamos saber isso agora.

25 jogos - Lothar Matthaus (Alemanha)

Lothar Matthaus (Group D - Deutschland-BRD)

O meio campista alemão, capitão do título de 90, é o que mais jogou em Copas. Ao lado do mexicano Carbajal, disputou cinco mundiais, porém sua sorte foi fazer parte de um time que em cinco mundiais, foi à final em três.

Sua primeira Copa, a de 82, participou de dois jogos, contra o Chile e depois diante da Áustria. Em 86, já de titular, atuou nos sete jogos alemães e marcou o gol decisivo das oitavas, contra o Marrocos.

Em 90, também titular, jogou os sete jogos e marcou três gols, um sobre cada rival: Iugoslávia, Emirados Árabes e Tchecoslováquia. Ao final, ergueu a taça.

Já campeão, jogou em 94 cinco jogos, marcou um gol contra a Bulgária, jogo que tirou a Alemanha do Mundial.

Na sua despedida, em 98, jogou suas últimas quatro partidas. Não marcou gol e seu último jogo foi a derrota por 3 a 0 para a Croácia, em Lyon.

23 jogos - Paolo Maldini (Itália)

PAOLO MALDINI (ITA)

Contemporâneo de Matheus, Maldini jogou menos Copas (quatro), mas o suficiente para fazer 23 jogos. Titular em todas que participou, atuou os sete jogos de 90, os sete de 94, cinco em 98 e quatro em 2002.

Poderia ter batido o recorde de Matheus em 2006, mas mesmo atuando em grande estilo pelo Milan, Maldini não foi chamado pois havia decidido não ser mais convocado após a Copa anterior. Azar dele, pois além de não ter o recorde (poderia ter chegado aos 30 jogos), não pode erguer a taça vencida pela Itália naquele ano.

21 jogos - Maradona (Argentina), Uwe Seeler (Alemanha) e Wladyslaw Zmuda (Polônia)

Diego Armando Maradona (Argentina)Uwe Seeler (Deutschland)Wladyslaw Zmuda (Poland)

Fechando o Top 5, três jogadores aparecem com 21 jogos. O primeiro deles é Maradona. Campeão em 86, o Pibe d'oro jogou as Copas de 82, 86, 90 e 94. Poderia ter feito mais jogos se Menotti, em 78, tivesse se rendido ao apelo popular e convocado a jovem promessa do Argentino Juniors, e em 94, não tivesse sido pego no doping.

Seeler atuou na seleção alemã entre as Copas de 58 e 70, justamente nos torneios que intercalaram os dois primeiros títulos alemães. Artilheiro de seu país, fez 9 gols nos 21 jogos.

Fechando o trio, vem o Polonês Zmuda, que atuou em quatro Copas (74, 78, 82 e 86). O curioso é que até 74, a Polônia havia jogado apenas uma Copa e feito 1 jogo. Depois disso, fez 20 jogos indo à disputa do terceiro lugar em 74 e 82 e à segunda fase em 78. Após participar desse 20 jogos, Zmuda foi reserva em 86 e entrou apenas na partida contra o Brasil, que eliminou a Polônia da Copa, justamente para, na época, igualar o recorde de Seeler. Foi o que mais atuou em Copas até 98, quando Matheus completou seus 25 jogos.

20 jogos - Cafu (Brasil)

Cafu (Brasil)

O capitão do penta é o Brasileiro que mais jogou em Copas. Em 2006, ele superou os 18 jogos de Taffarel e Dunga. A primeira partida dele foi em 94, no jogo contra os EUA. Naquela Copa, ainda atuou nas quartas, contra a Holanda e na final, contra a Itália.

Em 98, foi titular em todos os jogos, exceto na semi contra a Holanda, quando suspenso, deu lugar à Zé Carlos. Fez um gol, na estreia contra a Escócia.

Em 2002, assumiu a braçadeira após o corte de Émerson e jogou as sete partidas. Ergueu a taça no gesto caracterizado pelo grito "Regina eu te amo" e a camisa 100% Jardim Irene.

Em sua última Copa, em 2006, atuou os quatro jogos, pois foi poupado contra o Japão. Assim, Cafu poderia ter feito 22 ao invés de 20, entrando no Top 5 da história.

Atrás dele, aparece Ronaldo, com 19 jogos (se tivesse atuado em 94, também poderia estar no Top 10), Taffarel e Dunga com 18 e Roberto Carlos, com 17.

Pelé, o brasileiro com mais títulos, tem apenas 14 jogos porque não foi titular desde o início em 58, se machucou em 62 e em 66. Caso tivesse atuado em todos os jogos, teria feito mais 7 jogos e seria o Brasileiro que mais atuou em Copas, com 21 jogos.

Quiz da Copa

E aí, já sabe a resposta do nosso Quiz? Quantos times na história já disputaram a Copa do Mundo?

A resposta é 76. Para a FIFA, 76 países já jogaram as Copas. Em 2014, o número aumentará para 77, com a estreia da Bósnia Herzegovina.


Bósnia Herzegovina será a 77ª seleção a disputar a Copa
Porém, esse número poderia ser maior se a FIFA desconsiderasse algumas coisas:



- Atribuir os resultados da Tchecoslováquia para a Rep. Checa. Até 91, Eslováquia e Rep. Checa formavam a Tchecoslováquia. Como os checos herdaram toda a estrutura política do antigo país, a FIFA também deixou com eles o recorde do país em Copa, incluindo dois vices.



- Atribuir à Rússia os resultados da União Soviética. Vale para isso o mesmo exemplo da Tchecoslováquia. Por ter ficado com a maior parte do antigo país, recebeu os resultados deles também.



- Atribuir para a Sérvia os resultados, primeiro da Iugoslávia, e depois da Sérvia e Montenegro. Mesmo caso dos anteriores.



- A FIFA também fez questão de deixar os resultados da Alemanha Ocidental com a atual Alemanha. Entre 50 e 90, em Copas, o país foi dividido em dois. Mas como vimos nos outros exemplos, a FIFA prefere dar o histórico para outras seleções.

Assim, hoje o número de 76, poderia facilmente ser de 81 seleções.

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